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Palavras sobre o Mundo

Espaço destinado aos ecos, silêncios e construção do pensamento. Aos limites da racionalidade, mas sobretudo na reflexão sobre a grande pólis que embarcamos todos os dias, nesta vida. O mundo, seja bem-vindo.

Palavras sobre o Mundo

Espaço destinado aos ecos, silêncios e construção do pensamento. Aos limites da racionalidade, mas sobretudo na reflexão sobre a grande pólis que embarcamos todos os dias, nesta vida. O mundo, seja bem-vindo.

Agir pelo Amanhã

por Tiago Aboim, em 26.07.22

 

Desde a formação da República Italiana (1946) ja existiram 43 governos. Trata-se da quarta maior economia da UE e tem uma dívida superior a 140% do PIB. Instabilidade governativa no estado transalpino é constante. Com a demissão de Draghi, o impacto nos juros da dívida poderá ser de aceleração e com réplicas para os países do Sul da Europa.

Acresce que hoje teremos decisões no BCE, que terá um impacto brutal na vida dos cidadãos europeus, sistema bancário e dos próprios estados. Urge, que o BCE, assim os países criem mecanismos de protecao aos mais vulneráveis.

Os países da Coesão, onde está inserido Portugal, devem aproveitar bem os fundos comunitários (Portugal 2020, 2022-2030 e o PRR) para a modernização, transição digital e climática do país. Neste domínio, Portugal, sofrerá com as alterações climáticas, a seca que atinge mais de 95% do país, com danos para o setor agrícola e flagelo dos incêndios, que não é um fenómeno exclusivamente português. O desafio energético, é uma oportunidade para Portugal, aproveitando as condições naturais que beneficia para não depender (tanto) das importações dos combustíveis fósseis.

Aliás, a turbulência criada pela ocupação da Ucrânia, desencadeará/a problemas energéticos no Outono e Inverno para toda a União Europeia, com um impacto brutal na economia comunitária, que perspetivará uma (nova recessão)

Atrevo-me a escrever de forma ousada que se joga o futuro da União Europeia, nos próximos tempos. Os problemas de violação dos direitos fundamentais em países como a Hungria e a Polónia que não foram devidamente sancionados pela UE; a problemática dos refugiados vindos de África e do Médio Oriente em que foram "esquecidos"; a problemática ou até mesmo tóxica relação com a Turquia; e atual relação com os paises dos Balcãs que tanto anseio entrar no projeto europeu, mas que os sucessivos adiamentos  na sua adesão, poderão ser aproveitados por Moscovo. Reiteiro, que defendo a sua integração mas não fazendo os mesmos "erros" de 2004, com o alargamento a Leste.

Para não esquecer o COVID-19, que não desapareceu, viveremos com ele durante algum tempo, causando a incerteza.
A tempestade parece perfeita, para afirmação de posições anti-sistema, vulgo populistas, à esquerda e à direita, discursos dos extremos, voltando para perspetivas messiânicas de salvação de todos os males e horrores.


O Estado-Social Europeu, pilar fundamental nos últimos 60 anos, terá de manter o seu princípio fundacional, mas adaptar-se a uma nova realidade que lhe é exigido.


O tempo é de soluções e não de resignação ou negação.

Europa, uni-vos

por Tiago Aboim, em 23.03.20

A Europa acorda sobressaltada com uma guerra invisível e altamente destrutiva, que põe em causa o princípio da dignidade humana: a vida. As imagens e os relatos dos hospitais por toda a Europa são verdadeiramente assustadores e perturbadores, especialmente em Itália, Espanha, França, onde o número de mortos não para de aumentar. Os hospitais estão a converter-se em autênticos santuários, onde o medo e a morte parecem viver lado a lado.

Os governos europeus decretam o isolamento, para evitar uma autêntica carnificina dos seus cidadãos. Faltam-nos as palavras para perceber o porquê de tudo isto. As consequências são imprevisíveis para todos os setores, nomeadamente o social, económico, cultural e até mesmo político.

 

A economia europeia que dava sinais de recuperação assiste uma recaída que pode pôr em causa o modelo económico-financeiro que hoje conhecemos, isto se os decisores de Bruxelas e do Banco Central Europeu, não entenderem que será necessário um "Plano Marshall" para Europa (tal como afirmou o Primeiro-Ministro de Espanha, Pedro Sanchez). Um enorme programa macroeconómico que relance as bases da economia europeia, assente na sustentabilidade e na valorização dos seus trabalhadores e na proteção ambiental. Sexta-feira, a Presidente da Comissão Europeia deu um passo, com a suspensão das metas orçamentais dos países comunitários, para fazer face a este surto. A regra dos 3% de défice foi eliminada temporariamente, para que os países possam utilizar todos os recursos financeiros a fim de estancar este surto epidémico.

 

Os europeus não resistirão a uma nova crise como aquela que vivemos em 2008, especialmente os países do Sul, com enormes debilidades no seu tecido económico. Esta crise epidemiológica, é sem dúvida o maior desafio ao projeto europeu, pois não pode falhar. O seu falhanço representaria o triunfo do individualismo e do protecionismo, sobre a solidariedade e a cooperação entre os povos da Europa. A neoliberalização (com a tolerância de alguns partidos socialistas e sociais-democratas, que se curvaram perante a terceira via!) do projeto europeu dos últimos 30 anos prejudicou os cidadãos europeus, minimizou-se  o papel do Estado, os direitos dos trabalhadores, o acesso à saúde, educação e proteção social, agudizou-se a tensão entre países ricos e pobres, salvaram-se bancos, perdoaram-se dívidas, mas esqueceram-se do fundamental: os cidadãos. 

 

Urge um novo Contrato Social entre os cidadãos e as instituições que os representam (Governos, Parlamentos), a valorização do cidadão na sua plenitude no acesso à saúde, educação e à proteção social; a reinvenção do Estado-Providência no garante da qualidade e bem-estar da comunidade. A minimização do papel do Estado na sociedade resultou numa total desregulação das regras laborais, do sistema-financeiro e da própria economia e da proteção do meio-ambiente. A União Europeia terá de assumir os seus princípios fundadores. No plano financeiro, se existe um denominador comum, o Euro, para quando a emissão de dívida conjunta?! É crucial!

 

2020, já iniciou com uma ferida no coração europeu, com o Brexit (e o desastre que será para os britânicos, esta saída, no mínimo o caos). O COVID-19 e a problemática dos refugiados na Grécia, a lamentável  ação que foi tida com a Turquia, em nada se coaduna com o respeito pelos Direitos Humanos. A dignidade humana foi esquecida e não lembrada. Um mar de promessas falhadas que hipotecou a vida de tantas e tantas pessoas, que procuravam a Europa como uma porta para um futuro ou simplesmente para sonhar. Falhamos! E temos de o admitir perante todos os que chegam às costas da Europa. E aqueles que chegam sem vida, não basta uma sepultura, deve haver memória coletiva, consciência do erro! Imperdoável, Europa!

Esta é uma das feridas que têm de ser saradas de forma conjunta, não de forma isolada, mas num esforço comunitário.  Os nossos filhos não nos perdoariam se falhássemos por tudo aquilo que os nossos avós e pais ajudaram a (re)construir. Pede-se uma Europa de cidadãos para cidadãos, devolver a esperança aos povos. 

 

Os livros de História figuram a Europa como o berço da Democracia, Tolerância, Iluminismo, Liberdade, mas também por vezes vivemos no medo e no obscurantismo. Por esta Europa cinzenta suspiram alguns, que se fazem ser os ouvidos e a voz, como autênticos elementos de devolução de esperança, mas que exaltam o nacionalismo e o isolacionismo e todos os ismos, como o caminho pleno para a salvação coletiva, como outros num período não tão longe de ontem ,reclamavam!

 

Quero ensinar aos meus filhos o que é a Europa não o que foi a Europa. Mas quero uma "nova" Europa, a dos Cidadãos. De Todos para Todos.

A página não mudou o mundo é que girou

por Tiago Aboim, em 03.01.20

Ainda estávamos a curar a ressaca do ano novo, quando acordamos com a notícia do assassinato de um dos mais importantes generais do exército do Irão, na capital do Iraque, Bagdad. A responsabilidade deste acontecimento foi do próprio Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.

Volvidos quase 17 anos da invasão dos Estados Unidos ao Iraque, no falso propósito da existência das armas de destruição maciça, este recente acontecimento constitui um autêntico rastilho numa região que, já por si só, é explosiva.

O consulado de Trump na Casa Branca, a nível de política externa tem-se revelado um autêntico desastre, ainda para mais com este acontecimento.

Sobre o Irão, durante a administração Obama em 2015 com a bênção de potências europeias, bem como da China e Rússia, foi assinado um acordo que visava uma diminuição das sanções sobre Teerão, tendo como contrapartida a limitação das suas atividades nucleares, constituindo um pequeno triunfo de Obama na região do Médio Oriente

A administração Trump vai criar uma hostilidade diplomática ou até mesmo militar na região,em que os próximos dias ou até mesmo horas, poderão ter novos desenvolvimentos, com a entrada em jogo no xadrez geopolítico da Rússia, China, aliados da República Islâmica do Irão e de Israel, o mais fiel aliado dos Estados Unidos, na região. 

Quando comecei a escrever este "post" iria  fazer uma reflexão para aquilo que são os desafios do mundo para 2020 e este acontecimento veio reforçar  as minhas preocupações sobre a pólis em que vivemos.

Comecemos pelo continente europeu: O Brexit, constituirá a mais profunda alteração geopolítica na Europa depois da queda do muro de Berlim em 1989. As consequências para os britânicos deste seu isolacionismo poderão ser devastadoras para a sua economia, sociedade e a sua própria geografia, isto é, os riscos de uma desfragmentação do mapa da Grã-Bretanha, nomeadamente com os ventos de independentismo vindos da Escócia, e o reacender da tensão irlandesa. Um pretexto eleitoralista de David Cameron, em 2015 que levará ao desconhecido e que poderá desencadear um sentimento de outros países da Europa, nomeadamente a leste, como é o caso da Hungria, Polónia e Roménia. Estes três países quebram constantemente as regras europeias, na relação entre poderes e no respeito pelas liberdades individuais e coletivas, que tão caras são a estes povos de leste. 

Ainda no velho continente, Espanha e Itália apresentam soluções governativas extremamente débeis, que podem ser uma oportunidade para a afirmação de partidos políticos com posições anti Europa ou com posições de autodeterminação regional, como é caso da Catalunha, País Basco, Andaluzia, em solo espanhol.

No panorama político-partidário vejamos o Vox que é a terceira força no Câmara dos Deputados em Espanha, e as vitórias expressivas em várias localidades em Itália da Liga do Norte que podem conduzir Salvini a primeiro-ministro, face ao frágil governo de coligação entre o Partido Democrático e o Movimento Cinco Estrelas

Urge a Europa aproximar-se dos cidadãos, das suas vontades e dos seus anseios e no desígnio maior, a solidariedade entre os povos.

Estes últimos anos são os mais sombrios para aqueles que (ainda) acreditam no projeto europeu, como sendo um projeto de aproximar povos e nações, na superação das adversidades e dificuldades.

A crise dos refugiados constitui um dos maiores problemas dentro dos países europeus, não havendo uma estratégia comum na superação deste flagelo, que nos tanto atormenta, aparentemente só a alguns. 

Ainda a destacar a América Latina, um continente que durante o século XX serviu como laboratório experimental nas posições político-ideológicas da época, mas os recentes acontecimentos em países como a Argentina e Chile podem reabrir feridas de um passado que o presente ainda não sarou totalmente. O impasse venezuelano que este ano terá novos capítulos poderá desencadear um processo de guerra civil neste país. E o Brasil, o maior país da América do Sul, como será o segundo ano de Bolsonaro? Não sabemos.... mas sabemos que Lula está de volta, aguardemos.

Na Ásia, a afirmação da China como principal potência continental e global, inclusivé na liderança no combate às alterações climáticas. Assume posição estratégica em setores chaves (energia) de alguns países da Europa, que são exemplo Portugal e Grécia  e em África o caso de Angola. Tem um problema interno chamado Hong Kong, que tarda em ser resolvido e o Ocidente assiste na expetativa. Ainda neste continente, os problemas decorrentes do fundamentalismo islâmico, como é caso do Afeganistão. A questão Síria e do Iémen parece totalmente esquecida por parte da comunidade internacional, mas são feitos crimes contra a humanidade, um autêntico genocídio onde todos são culpados pela sua inação. Ainda neste capítulo, os massacres em Myanmar!

Em África, continuamos com o flagelo da fome e das convulsões internas dos seus países, que são suportados por interesses das principais potenciass globais e do fundamentalismo islâmico.

A Primavera Árabe, que varreu uma parte dos países do Magrebe gerou fenómenos de tensão social e política com dimensões inimagináveis, exemplo disso a atual situação da Líbia (caos!) 

Por fim, o ataque terrorista na cidade de Mogadíscio, na Somália que causou quase uma centena de mortos.

Eis o maior desafio de todos, o das alterações climáticas. Este ano ficamos  sensibilizados com a ação e resiliência de uma jovem sueca que ergue a voz por todos os que querem um mundo melhor e mais são limpo, de seu nome Greta Thunberg. Foram tantas as vezes que vimos a jovem sueca a questionar os "senhores do mundo" que é a chegada a altura de correspondermos às suas(nossas) preocupações. Os acontecimentos que assistimos no ano de 2019, como os incêndios na Amazónia que nos mostraram que nada está imune, para não falar do inferno dantesco que acontece atualmente na Austrália, ou as cheias que afetaram Portugal e Espanha ou a quantidade de plástico que se encontra por todo o oceano.

Os "ismos" que nos assustaram no passado, parecem ter acordado de um alarme que não ouvimos tocar. É hora de agir na problemática dos refugiados, de consciencializar para o impacto das alterações climáticas. Não somos apenas cidadãos de um país, A ou B, ou de um continente, somos de todo um mundo. Não se acomodem, questionem, levantem-se e ergam a vossa voz na defesa do nosso bem comum: a Terra. Os nossos filhos e netos não nos perdoarão se falharmos. Quando acordarem, lembrem-se da sorte de estarem vivos, de estarem em Paz, mas lembrem-se que muitos não sabem o que isso significa.
2020 é como todos os novos anos, um desafio, mas façam do ano novo o início do vosso, do nosso. 

 

1989.

por Tiago Aboim, em 02.11.19

Quando escrevo a data do meu nascimento sinto sempre uma espécie de arrepio. Talvez por ter nascido no ano de 1989, aquele ano extraordinário, em que finalmente se quebrou uma das últimas barreiras daquela Europa ainda acorrentada pela guerra fria.  Este ano, esta data, não pode ser descurada por nenhuma pessoa, sobretudo os amantes da Liberdade, aqueles que gritam pelo Futuro e acordam com a certeza de que somos movidos pelo sonho. Não se trata apenas de uma data para figurar nos livros de História, como apenas mais uma data para decorar ou simplesmente o triunfo de uma determinada visão(política, económica, cultural, social) do mundo sobre outra, nada disso! É tudo mais que política, é o reerguer de um sonho, é  o renascer de um novo amanhecer, é o triunfo dos seres que lutam pela felicidade. O walkman que tocava vezes sem conta "Wind of Change" daqueles jovens que ansiavam pela mudança, pelo futuro, pintavam na tela os seus sonhos e o sonho maior: liberdade. Berlim despertou vezes sem conta para que o amanhecer fosse diferente, fosse colorido, sorridente e triunfante, naquelas ruas cravadas ainda pelo medo e pela cólera de uma guerra mundial que contagiou e vitimou milhões de pessoas. Um património humano e cultural que sucumbiu pelo som tenebroso e o grito da angústia das balas, das bombas e do terror. 

Mais tarde, ergue-se aquela que é maior barreira de todas : O muro(!). Aquela coisa que tantas vezes na nossa vida  criamos, mesmo que de forma imaginária, mas que durante 28 anos foi real e serviu como uma barreira a todos aqueles que só queriam apenas um pouco daquilo que lhes foi tirado. Muitos foram aqueles que caíram ao som das balas na sua incessante batalha, como soldados que tombam numa guerra e que se tornam mártires da sua própria causa, a nossa causa maior. 

Um dia, em casa, alguém que muito amo deu-me um livro e pediu-me para procurar o principal acontecimento que tinha ocorrido no ano em que eu nasci. Eu com o entusiasmo de tenra idade, encontrei: A queda do muro de Berlim. Impressionado e assustado, perguntei: Berlim, teve um muro? Essa pessoa respondeu-me afirmativamente e daí contou-me a história desse muro. Aí percebi o significado de liberdade e de sonho. Gravo na minha memória de forma perpétua aquele dia cinzento, chuvoso, que ainda hoje me acalenta a alma e o coração e me levou ao sonho que hoje realizo. 

Volvidos quase trinta anos  desse dia, ao ver as imagens da queda do muro, vejo ainda no olhar daquela pessoa que me deu a vida  a imaginação de todos os dias, o mesmo sorriso,  a sua forma de ser que muito me inspira em todos estes dias, na estrada que denominamos, de vida. "Ergue pontes e nunca muros, acalenta o teu sonho e o sonho dos que amas e daqueles que formarás enquanto cidadãos do mundo". Aquele olhar, é a esperança que tenho em cada dia que passa nesta vida e na outra.

Perguntar-me-á o leitor quem é a essa pessoa? Eu respondo: a minha mãe, o berço da minha Liberdade.  

 

 

 

 

Amazónia - Alerta Global

por Tiago Aboim, em 21.08.19

A Humanidade assiste a um verdadeiro atentado aquele que é o seu maior Património Natural, Amazónia. Poderia aqui enumerar todos responsáveis, mas temos de ser conscientes que de uma forma direta e indireta, todos o somos. A consciencialização ambiental, é uma das causas que deve unir a Humanidade, sociedade civil aos dirigentes mundiais. As imagens que nos chegam da Amazónia, são arrepiantes e devem envergonhar-nos pela forma como tratamos este nosso pulmão. O progresso, desenvolvimento, não pode pôr em causa o ambiente, urge a sustentabilidade. As alterações que hoje assistimos nos diversos pontos do globo, são um claro alerta para os perigos que a vida na Terra corre. O desaparecimento de espécies, o degelo dos polos, a subida das águas e aquecimento global são fenómenos que vamos conviver no presente e no nosso futuro. Culpabilizar o A ou B, não faz com que possamos recuperar o tempo perdido, mas torna a questão do ambiente como um desígnio global, deve estar no nosso horizonte mais próximo. Não se trata apenas de proteger e salvar a espécie humana, mas de todos os seres vivos que coabitam neste planeta. Andamos ansiosos por descobrir se temos condições de habitabilidade em outros planetas, nomeadamente, Marte, como se fosse uma esperança para nos desresponsabilizamos perante aquilo que fazemos ao nosso planeta, mas essa não é a solução. Estou profundamente angustiado perante o que vejo, leio, quando os meus pais me contavam a importância da Amazónia, quando na escola fazia trabalhos para respeitar o ambiente e proteger o nosso pulmão, o que irei contar aos meus filhos? Que pela estupidez humana, destruiu a Amazónia, pela necessidade económica, ou qualquer outra coisa? As lágrimas que hoje correm pelo mundo fora, não chegam para ser água suficiente para proteger do fogo que arde naquele local do planeta. Mas quem diz Amazónia, diz os incêndios florestais que assolam diversos pontos do globo, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Austrália, Estados Unidos entre outros países. Não consigo esconder a minha revolta(!)

Um crime contra a humanidade é todo aquele que é feito contra a dignidade humana, sabemos que só o afirmamos quando assistimos a genocídios( e tanto haveria por falar disso, daqueles que a comunicação social, esconde, não mostra ou simplesmente, ignora), mas estes acontecimentos na Amazónia constituem um ignóbil ataque ao Planeta Terra. Todas as palavras que aqui escrevi, são isso mesmo palavras, que por mais insignificantes que sejam, que ao menos sirvam como um semente para consciencialização  do leitor para o espaço que vive.

Urge agir antes que seja tarde de mais, pois já estamos todos atrasados para esta causa, que é de todos e cada um.

O desembarque de Nolan - Dunkirk

por Tiago Aboim, em 05.08.17

Ontem, fui ao cinema ver um dos filmes mais esperados do ano, Dunquerque ou Durkirk, do realizador Christopher Nolan - conhecido pela realização da trilogia do Cavaleiro das Trevas, Origem ou Interstellar, entre outros.

Dunkirk, trouxe-nos o melhor de Nolan. A história de um dos maiores fracassos militares dos Aliados em praias francesas em 1940, mas que 4 anos mais tarde nos areais da Normandia se iniciava a libertação da França e por conseguinte de toda a Europa.

As expectativas eram altas, mas com alguma inquietação em perceber como o realizador nos iria apresentar este acontecimento. Ainda tinha na memória o filme de Steven Spielberg, no Resgate do Soldado Ryan. 

Mas em tudo este filme foi diferente. Nolan deu-nos a conhecer o drama de Dunquerque, no ar, em terra e sobretudo no mar. A espetacularidade das imagens, carregando consigo a luta pela sobrevivência em território adverso prende o espectador, atingindo a dimensão de estar sentado num Spitfire( caça britânico da II Guerra Mundial), num barco  ou simplesmente a marchar sobre aquele areal acompanhado de uma banda sonora magistral de Hans Zimmer, que nos transcende a uma dimensão única, numa espécie de viagem no tempo em que somos tele transportados para 1940.

Na minha opinião, a mensagem passada por esta produção é demonstrar e realçar a coragem dos soldados ingleses e do povo anónimo inglês na busca e salvamento dos seus filhos ou simplesmente dos seus compatriotas, que estavam entregues à sua mercê, à sua sorte, com o desejo de os levar para casa.

Dunquerque mostra-nos que nem tudo foi perfeito para os Aliados neste conflito, aliás no ano deste acontecimento, 1940, assistimos ao clímax do poder militar nazi na Europa, culminando com à conquista de Paris, estando assim às portas das ilhas britânicas. Este acontecimento ou esta lição de Dunkirk, serviu para que os Aliados, na Europa iniciassem uma outra marcha, mas que só se viria  a notar e a realçar com a entrada dos Estados Unidos no conflito, após o ataque de Pearl Harbor em 1941.

Não sou um crítico de cinema, sou amante de História e para estes e para todos aqueles que gostam deste género de filmes é obrigatório assistirem. Arrepiante. Muito bom.

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