Agir pelo Amanhã
Desde a formação da República Italiana (1946) ja existiram 43 governos. Trata-se da quarta maior economia da UE e tem uma dívida superior a 140% do PIB. Instabilidade governativa no estado transalpino é constante. Com a demissão de Draghi, o impacto nos juros da dívida poderá ser de aceleração e com réplicas para os países do Sul da Europa.
Acresce que hoje teremos decisões no BCE, que terá um impacto brutal na vida dos cidadãos europeus, sistema bancário e dos próprios estados. Urge, que o BCE, assim os países criem mecanismos de protecao aos mais vulneráveis.
Os países da Coesão, onde está inserido Portugal, devem aproveitar bem os fundos comunitários (Portugal 2020, 2022-2030 e o PRR) para a modernização, transição digital e climática do país. Neste domínio, Portugal, sofrerá com as alterações climáticas, a seca que atinge mais de 95% do país, com danos para o setor agrícola e flagelo dos incêndios, que não é um fenómeno exclusivamente português. O desafio energético, é uma oportunidade para Portugal, aproveitando as condições naturais que beneficia para não depender (tanto) das importações dos combustíveis fósseis.
Aliás, a turbulência criada pela ocupação da Ucrânia, desencadeará/a problemas energéticos no Outono e Inverno para toda a União Europeia, com um impacto brutal na economia comunitária, que perspetivará uma (nova recessão)
Atrevo-me a escrever de forma ousada que se joga o futuro da União Europeia, nos próximos tempos. Os problemas de violação dos direitos fundamentais em países como a Hungria e a Polónia que não foram devidamente sancionados pela UE; a problemática dos refugiados vindos de África e do Médio Oriente em que foram "esquecidos"; a problemática ou até mesmo tóxica relação com a Turquia; e atual relação com os paises dos Balcãs que tanto anseio entrar no projeto europeu, mas que os sucessivos adiamentos na sua adesão, poderão ser aproveitados por Moscovo. Reiteiro, que defendo a sua integração mas não fazendo os mesmos "erros" de 2004, com o alargamento a Leste.
Para não esquecer o COVID-19, que não desapareceu, viveremos com ele durante algum tempo, causando a incerteza.
A tempestade parece perfeita, para afirmação de posições anti-sistema, vulgo populistas, à esquerda e à direita, discursos dos extremos, voltando para perspetivas messiânicas de salvação de todos os males e horrores.
O Estado-Social Europeu, pilar fundamental nos últimos 60 anos, terá de manter o seu princípio fundacional, mas adaptar-se a uma nova realidade que lhe é exigido.
O tempo é de soluções e não de resignação ou negação.